Políticos, secretários e diretores municipais presos nesta quarta-feira, dia 24, pela Operação Travessia, em Barra Velha, foram transferidos para o presídio do bairro Canhanduba, em Itajaí, no final desta tarde, após a audiência de custódia ocorrida no Fórum da Comarca barra-velehnse.
O destino dos três empresários – a princípio, um de Itajuba – envolvidos na investigação não foi divulgado, e durante o dia, tanto o Tribunal de Justiça de Santa Catarina quanto o Ministério Público Estadual evitaram dar novas informações além das que foram divulgadas pela manhã.
Entre entrevista, o advogado Wilson Pereira Jr., defensor do prefeito Douglas e do engenheiro e secretário Elvis Füchter, do Planejamento, revelou o destino da equipe da Prefeitura como sendo Itajaí. A prisão preventiva do prefeito e equipe foi determinada pelo desembargador José Everaldo da Silva, do TJ-SC.
Wilson frisou que até o início desta noite, ainda não tinha acesso aos autos do processo, e por conta do sigilo de Justiça, não poderia se pronunciar com detalhes sobre do que Douglas é acusado – o que se sabe é que a investigação teve início em fevereiro de 2023 e aponta supostos crimes de corrupção, com participação de agentes públicos e empresários, na execução de obras públicas superfaturadas, com apoio de agentes do Grupo Especial Anticorrupção (Geac) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), junto do Ministério Público local.
Wilson Pereira Júnior veio de Florianópolis para participar da audiência de custódia, e conversou com o desembargador também nesta quarta. Segundo ele, esteve durante quatro horas ao lado de Douglas, que estaria “absolutamente tranquilo” e alega que “jamais faria algo contra os interesses do povo barra-velhense”.
Só após se inteirar do conteúdo dos autos que Wilson pedirá a revogação da prisão preventiva. O advogado de Mauro da Silva, secretário de Administração também preso, tem como advogado Ricardo Wippel, que acompanhou a audiência de custódia.
Também preso, o engenheiro Osni Paulo Testoni, da Secretaria de Planejamento, tem como advogada Samanta de Andrade, que afirma que Osni “está estupefato com o ocorrido”, e que tem certeza absoluta da inocência do engenheiro e da inexistência de qualquer ilegalidade no exercício das suas funções junto à Prefeitura. Ela teve acesso ao processo nesta noite de quarta.
Outro enviado à Canhanduba é Osmar Firmo, diretor de Patrimônio; não foi possível apurar o nome de seu advogado. Os empresários presos também não tiveram seus nomes divulgados.
A Operação Travessia garantiu o cumprimento de 8 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão expedidos pelo TJ-SC, Geac e Gaeco, que investigam crimes de organização criminosa, corrupção e fraudes em licitações em município do litoral norte catarinense. O nome da operação se refere às supostas ilicitudes ocorridas na construção da Ponte de Itajuba, na Avenida Itajuba.
Segundo o MP, houve participação de agentes públicos e empresários no esquema, e é investigado o recebimento de vantagens indevidas dos empresários contratados, às custas de aditivos em série e medições superfaturadas.
E a mala?
MP e Gaeco divulgaram pela manhã a foto de uma mala de dinheiro, munições, celulares, documentos e armamentos apreendida como resultado das investigações. Ao jornalista Felipe Bieging, do Jornal do Comércio, o advogado Wilson afirmou que essa mala não seria do prefeito Douglas e de nenhum outro envolvido no esquema.