Nesta segunda-feira (04), as dependências da Escola Municipal Maria Ivone Muller dos Santos se encheram de vozes e olhares atentos, marcando o início da II Feira de História que promete levar os visitantes a uma viagem no tempo. O evento acontece até 06 de agosto, oferecendo uma imersão única na memória da Segunda Guerra Mundial e do nazismo, despertando o reflexo do que já foi vivido e o eco das lições que ainda precisamos ouvir.
A feira se desdobra em três ambientes que, como portas para o passado, convidam todos a explorar um pedaço da história com os sentidos. Na sala de literatura, os livros O Diário de Anne Frank e O Menino do Pijama Listrado ganham vida através de apresentações teatrais, explorando sentimentos como a dor e a esperança. As trincheiras e as câmaras de gás não são apenas representações, são lembranças palpáveis, que falam mais alto do que qualquer palavra. Relatos de sobreviventes da guerra se misturam com o silêncio, e o peso dessa guerra se faz sentir.
A aluna Heloá Padilha, do 9º ano da Escola Elsir, foi visitar a feira e saiu da sala com lágrimas nos olhos. “Eu me coloquei no lugar daquelas pessoas que viveram a situação de guerra; impossível não se emocionar com o que os colegas apresentaram pra gente hoje”, destacou.
Já no espaço de cinema, as imagens projetadas sobre a tela não são apenas cenas do passado, mas um chamado para que nunca mais se repitam. Murais com fotos e informações sobre o Holocausto e as batalhas formam um mosaico de resistência, que conta, sem filtros, a verdade sobre esse recorte da humanidade.
Para a professora de História, Benta Cristina Souza, a edição deste ano expande as fronteiras do conhecimento, trazendo uma reflexão sobre o nazismo em Santa Catarina, com direito a uma encenação que revela a época da presença desse regime no coração do estado.
“Queremos que todos percebam que a guerra nunca é o caminho. O objetivo da feira é acender a chama da paz, lembrando que o futuro só será melhor se soubermos, juntos, aprender com o passado”, compartilha a professora.
“A feira, com seus espaços, encenações e atividades interativas, é muito mais do que uma simples exposição. Ela é um convite à reflexão, à lembrança e, acima de tudo, ao compromisso com a paz. Quem a visita, não sai imune: a memória da guerra e a luta por um futuro mais justo ficam marcadas em cada olhar, em cada passo dado por aqueles que atravessam as portas da história”, complementa.
Texto: Maila Santos SC 01773/JP
Fotos: Marcos Porto