Na tarde da última sexta-feira (14), a Polícia Civil de Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina, cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um corretor de imóveis, Daniel Neves da Silva, de 40 anos, o Daniel Sorriso, investigado por diversos crimes de estelionato e apropriação indébita. O suspeito, que atuava no ramo imobiliário, é acusado de lesar diversas vítimas ao longo dos últimos meses.
As investigações tiveram início em dezembro de 2024, quando as primeiras vítimas registraram boletins de ocorrência relatando os crimes. O que parecia ser mais uma fraude comum logo se revelou um esquema complexo, com o corretor vendendo o mesmo imóvel para múltiplas pessoas e se apropriando de valores que deveriam ser repassados aos proprietários.
Entre os valores apropriados estavam os de sinal de compra e de aluguéis, além de enganos envolvendo o pagamento de custos de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis).
A situação piorou quando, após causar prejuízos a várias pessoas, o corretor encerrou as atividades da DS Imobiliária, empresa pela qual ele operava. No entanto, em vez de parar com suas práticas fraudulentas, ele continuou a realizar os mesmos crimes. Recentemente, o suspeito constituiu uma nova empresa, em nome de sua esposa, com o objetivo de continuar atuando no mercado imobiliário, mantendo o mesmo modus operandi.
Durante a operação de sexta-feira (14), além do mandado de prisão, também foi cumprido um mandado de busca e apreensão, resultando na apreensão de diversos documentos que serão analisados pela equipe de investigação.
As contas bancárias do corretor foram bloqueadas, com valores superiores a R$ 500 mil, com o intuito de ressarcir as vítimas dos prejuízos financeiros.
O caso ainda terá continuidade na Justiça e também no CRECI-SC. O Conselho está acompanhando o processo e, nesta segunda-feira (17) iniciou a suspensão cautelar do registro do corretor.
O que diz o CRECI-SC?
Por meio de nota, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (CRECI-SC) se manifestou sobre a prisão do corretor, destacando que a ação é uma demonstração do excelente trabalho realizado pela Polícia Civil e da postura firme do Conselho em defesa da sociedade e dos profissionais que exercem a profissão de forma ética e correta.
Ainda de acordo com o CRECI, em dezembro de 2024, o órgão levou sua unidade móvel até Navegantes, onde ouviu os relatos de consumidores, recebeu denúncias e orientou as vítimas a registrarem Boletins de Ocorrência na Polícia Civil e denúncias formais no CRECI-SC.
No mês de janeiro, uma reunião entre o delegado da Polícia Civil, Osnei Valdir de Oliveira, e representantes do CRECI-SC definiu a atuação conjunta na operação. O Conselho forneceu documentos e colaborou ativamente nas investigações, que culminaram no sequestro de bens do acusado.