Liso, encaracolado, curto, longo, espetado, fino, grosso, grisalho, raspado, com mechas. Há uma série de estilos e formas do cabelo ser apresentado.
Uma pesquisa, realizada pela revista Evelution and Human Behavior, divulgada no final de 2022, revela que as pessoas gastam, em média, quatro horas por dia para cuidar da beleza.
E o cabelo ganha uma dedicação especial neste tempo. Afinal, representa uma identidade pessoal.
Mas esse processo de atenção na frente do espelho deve ter um alvo que vá além da estética. O foco também deve ser na saúde.
A Biomédica e Tricologista, doutora Simone Correia, ressalta às pessoas ficarem atentas aos sinais de perdas do cabelo.
Tecnicamente chamada de alopecia, a calvície é uma realidade para cerca de 42 milhões de pessoas, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A queda dos fios atinge 25% entre jovens de 20 e 25 anos. De acordo com o Censo de 2022 da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar 40% das mulheres apresenta perdas capilares (60% são homens).
Esse percentual representa um crescimento de 10% nos últimos três anos entre o público feminino, conforme o levantamento.
Causas das quedas
Segundo a especialista, isso pode estar relacionado às doenças que afetam o couro cabeludo, aos fatores emocionais, como estresse, e à produção hormonal.
No caso às mulheres, a biomédica comenta que a queda do cabelo nem sempre é visível. Os primeiros sinais estão nos registros de muitos fios presos na escova, pente, ou no chão, logo após o banho, ou no travesseiro.
Alguns indicativos de perdas ocorrem quando:
– A mulher tinha um rabo de cavalo grosso e ele começa afinar
– A linha de divisão do couro cabeludo começa a ficar mais aparente
– Couro cabeludo dolorido, avermelhado, e mais sensível
– A mulher percebe que o cabelo deixou de crescer
Pioneira em Santa Catarina
Esses indicativos citados pela doutora Simone são tratados pela Tricologia. Essa especialização é uma área da saúde com caráter multidisciplinar.
A especialista é pioneira neste segmento em Santa Catarina, com mais de 15 anos de experiência.
“A Tricologia ajuda a identificar o problema da perda capilar de forma correta. Muitas vezes as pessoas não têm acessos a um profissional especializado e acabam tratando como se fosse tudo igual. Mas existem diversos tipos de quedas de cabelo. Para cada uma dessas doenças que afetam o cabelo e o couro cabeludo, elas têm um mecanismo de ação diferenciados no enfraquecimento do folículo capilar. Por isso as pessoas precisam de tratamentos estratégicos”, explica a biomédica.
Capacitação no Albert Eisntein
Especialista em estudos de causa, prevenção e tratamentos da queda de cabelo e na saúde do couro capilar, a doutora Simone participa de uma especialização em saúde integrativa, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para ampliar os estudos no tratamento de doenças correlacionadas à perda de cabelo.
Quedas iniciam aos poucos
Fundadora e CEO da Clínica Recupere, com unidades localizadas em Joinville (SC), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Vitória (ES), a Tricologista Simone Correia diz que algumas doenças capilares iniciam de uma forma branda, aos poucos, e podem se tornar cicatricial.
“E quando o paciente apresenta esse cenário, significa que não há reversão do problema. Por isso o tratamento realizado pela Tricologia é realizado de forma personalizada, com protocolos específicos. E, com isso, conseguimos prevenir situações irreversíveis e estimular o folículo capilar para haja um gerenciamento da saúde. Tudo para que o paciente tenha uma resposta mais assertiva e positiva no tratamento”, destaca a doutora Simone.
Tratamento
Segundo a especialista, um dos principais tratamentos na prevenção e fortalecimento da saúde capilar é pelo bloqueio hormonal da DHT, a di-hidrotestosterona.
Nas pessoas com genética propícia à calvície, esse hormônio é atraído pelo folículo e impede a produção capilar. Além disso, é feito um protocolo para aumentar a produção de células responsáveis pela produção de cabelo.
“O tratamento é realizado por princípios ativos orais, tópicos, injetáveis, além de estimulações no couro cabeludo, com auxílio de laser e outros recursos terapêuticos”, sinaliza a doutora Simone.
O fator estresse
A Biomédica observa que o estresse é um dos principais fatores de queda de cabelo. E esse cenário aumentou com a pandemia da Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um crescimento de 25% dos casos no mundo.
Em cenário de ansiedade, há um direcionamento de minerais e vitaminas, como zinco, B6 ou C, importantes para o cabelo, direcionados à produção de cortisol.
“O estresse impede que os folículos capilares se desenvolvam. Nessa situação de ansiedade, os folículos ficam enfraquecidos, pois eles recebem menos nutrientes e ficam suscetíveis a processos inflamatórios”, explica Simone.
Caso da cantora Maiara
Um dos casos de queda de cabelo que chamou a atenção para o problema, foi o da cantora sertaneja Maiara, que faz dupla com a irmã Maraísa. Ela divulgou, recentemente, que iniciou um tratamento especializado em Tricologia. Nesse processo, a cantora está repondo vitaminas e nutrientes para estimular o crescimento.
Os principais tipos de alopecia
Androgenética: pode aparecer após a puberdade. Se manifesta, com mais e maior intensidade, a partir dos 25 anos. É causada por influência hormonal. Nos homens, atinge as áreas frontais e coroa da cabeça. Nas mulheres, os sinais se intensificam na região central.
Areata: geralmente causada por situação de estresse. As perdas capilares ocorrem em áreas arredondadas ou ovais.
Seborreica: causada por uma dermatite, como caspas, causada pelo aumento da oleosidade do cabelo.
Eflúvio telógeno: causa a queda brusca de cabelo. Também relacionada ao estresse, traumas emocionais ou depressão. Além de deficiências de vitaminas, dietas bruscas, infecção viral, como COVID-19 e Dengue, e procedimentos pós cirúrgicos.
Alopecia frontal fibrosante: queda progressiva, que inicia para parte frontal da cabeça. É causada, principalmente, por fatores genéticos e hormonais.
Psoríase: doença na pele, que causa manchas rosadas ou vermelhas. Apresenta escamações. As causas podem estar relacionadas à genética.
