Uma das maiores ilusões políticas da modernidade é a crença de que o poder está “nas mãos do povo”.
Nunca esteve — e nunca estará.
Ao longo da história, o poder sempre pertenceu às elites. Nas sociedades mais livres, como os EUA, o povo dispõe apenas de um mecanismo de pressão — o voto. Ou seja, o exercício do poder se dá por representantes, não de forma direita. E há ainda uma burocracia não eleita, muitas vezes mais poderosa que os próprios representantes, moldando e impondo decisões.
Quando as elites possuem consciência moral elevada e preparo intelectual sólido, o resultado é prosperidade e liberdade, com direitos fundamentais inalienáveis assegurados a todos os cidadãos.
Quando, porém, são moralmente corruptas e intelectualmente medíocres, o que se instala é miséria e opressão: uma minoria parasitária concentra a riqueza, mas vive sob permanente insegurança, já que a luta pelo poder pode transformar qualquer líder em prisioneiro da noite para o dia.
Hoje, o Ocidente afunda na degradação moral de suas elites — e o resultado direto é a corrosão das liberdades individuais e a decomposição do tecido social.
No Brasil, o quadro é ainda mais devastador: uma verdadeira terra arrasada. Com raríssimas exceções, nossas elites políticas e econômicas são corruptas, débeis e medíocres. Sem a renovação radical dessas elites, não há qualquer perspectiva de futuro.
Leandro Ruschel, Twitter