O Papa Francisco anunciou nesta terça-feira, 5, uma reestruturação da igreja em Santa Catarina. A província eclesiástica de Florianópolis foi desmembrada e duas novas arquidioceses foram criadas: Joinville e Chapecó.
Com isso, o atual bisco dom Francisco Carlos Bach foi nomeado como primeiro arcebispo metropolitano da nova arquidiocese de Joinville.
A nova arquidiocese de Joinville compreende as dioceses de Blumenau e Rio do Sul. A arquidiocese de Chapecó ficou com as dioceses de Caçador, Joaçaba e Lages. Florianópolis fica com as dioceses de Tubarão e Criciúma.
“É um reconhecimento evidentemente da Diocese de Joinville, do seu povo, da cidade de Joinville, porque esse contexto todo, inegavelmente, faz com que Joinville apareça muito mais, inclusive no cenário nacional. Muitos me perguntavam, como é possível Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, não ser uma arquidiocese”, diz dom Francisco.
Província eclesiástica é uma estrutura organizacional, entre dioceses geograficamente próximas, para promover a ação pastoral comum entre as diversas dioceses que a integram.
Como foi a criação
Segundo o padre Eduardo da Costa, a criação de mais arquidioceses em Santa Catarina era uma demanda antiga.
Dom Francisco fala que geralmente o processo costuma ser longo, entre cinco e dez anos, mas não foi esse o caso. “O núncio apostólico foi decisivo para que todo esse processo acontecesse muito rápido. Eu me recordo que essa história de arquidiocese começou na metade de 2021, por uma proposta não minha, mas por uma iniciativa de dom Jacinto, o bispo de Criciúma”, conta dom Francisco. A partir daí iniciou o trabalho.
O primeiro passo foi a criação, um processo formal e administrativo que envolveu um estudo e consenso dos bispos. O pedido foi enviado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em setembro de 2022 e após aprovado encaminhado à Santa Sé.
Depois que o pedido foi enviado à Roma, as congregações estudaram e julgaram procedente, submetendo-o à aprovação do Santo Padre. Quando o papa aprovou, foi nomeado o arcebispo.
Por último, é publicado um decreto que cria a arquidiocese. O próximo passo é a cerimônia de instalação, que deve ocorrer em fevereiro de 2025. Ocorre uma missa solene, a leitura do decreto pontifício e a posse oficial do arcebispo metropolitano.
Com a província estabelecida, o arcebispo metropolitano assume a responsabilidade de coordenar esforços pastorais entre as dioceses da província.
Por que Joinville foi escolhida
Segundo o padre Eduardo, Joinville foi elevada à categoria de arquidiocese pela importância geográfica, histórica e cultural. Além de ser a maior cidade entre as várias dioceses da nova província constituída.
“O papa nos deu um grande presente. Quis que hoje a gente fizesse parte de uma nova província, de uma nova arquidiocese. É coisa de Deus. Ele tem seus caminhos. Vamos continuar avançando para águas mais profundas”, diz o padre Adenir José Ronchi.
Pálio
Um dos elementos que compõem a criação da arquidiocese é o pálio, o sinal do poder que tem o arcebispo na província, em comunhão com o papa.
É uma faixa de lã branca, com seis cruzes bordadas, que só pode ser usada em missas e em determinados dias de festa ou em ocasiões especiais.
Dom Francisco vai receber o pálio em Roma, das mãos do papa, em junho de 2025. Depois, o Núncio Apostólico virá para solenemente impor ao arcebispo.